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Olha com indulgência aqueles que se embriagam; os teus defeitos não são menores. Se queres paz e serenidade, lembra-te da dor de tantos outros, e te julgarás feliz.
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Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã. Apanha um grande copo cheio de vinho, senta-te ao luar, e pensa: Talvez amanhã a lua me procure em vão.
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Alcorão, o livro supremo, pode ser lido às vezes, mas ninguém se deleita sempre em suas páginas. No copo de vinho está gravado um texto de adorável sabedoria que a boca lê, a cada vez com mais delícia. ....
Há muito tempo, esta ânfora foi um amante, como eu: sofria com a indiferença de uma mulher; a asa curva no gargalo é o braço que enlaçava os ombros lisos da bem amada.
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Hoje os meus anos reflorescem. Quero o vinho que me dá calor. Dizes que é amargo? Vinho! Que seja amargo, como a vida.
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Não vamos falar agora, dá-me vinho. Nesta noite a tua boca é a mais linda rosa, e me basta. Dá-me vinho, e que seja vermelho como os teus lábios; o meu remorso será leve como os teus cabelos.
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Bebo, mas não sei quem te fez, ó grande ânfora; podes conter três medidas de vinho, mas um dia a Morte te quebrará. Numa outra hora perguntarei como foste criada, se foste feliz, ou por que serás pó. ...
Não me lembro do dia em que nasci; não sei em que dia morrerei. Vem, minha doce amiga, vamos beber deste copo e esquecer a nossa incurável ignorância.
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Na estação das rosas procuro um campo florido e sento-me à sombra com uma linda mulher; não cuido da minha salvação: tomo o vinho que ela me oferece; senão, o que valeria eu? E por hoje chega
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Rubaiyat de Omar Khayyam
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